Câncer de Próstata

O câncer de próstata é a segunda neoplasia mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. É também a segunda maior causa de morte por câncer entre os homens. Sua incidência tem aumentado nos últimos anos e isso em parte pode ser explicado pelo aumento da expectativa de vida e pela melhora dos métodos diagnósticos, além do acesso mais facilitado aos mesmos. É considerada doença da terceira idade uma vez que a maioria dos casos ocorrem após os 65 anos embora muitos casos sejam diagnosticados em pacientes aos 50 anos ou menos. A idade, portanto, é um dos fatores de risco para o câncer de próstata assim como a história familiar, a obesidade e ser da raça negra.

Em suas fases iniciais o tumor de próstata ainda não causa sintomas pois em 90% dos casos surgem na zona periférica da glândula e desta forma não exercem efeito compressivo sobre a uretra (canal da urina), o que poderia gerar sintomas urinários e despertar no paciente a motivação para procurar atendimento médico especializado. Além disso boa parte dos casos tem doença indolente e de crescimento lento (Gleason < 7). Por outro lado, existem também casos extremamente agressivos (doença de alto risco. Gleason >7). Sendo assim, muitos casos, quando sintomáticos, já se encontram em fase avançada da doença na ocasião do diagnóstico.

Quando a manifestação dos sintomas se dá pela invasão local geralmente o paciente apresenta sintomas urinários semelhante àqueles do crescimento benigno da próstata (hiperplasia prostática benigna). Entretanto, alguns tumores de alto risco podem se disseminar precocemente de forma que a primeira manifestação da doença pode ser a dor óssea generalizada ou por exemplo uma fratura patológica da coluna devido a presença de metástases ósseas.

A evolução natural do câncer de próstata pode ser muito variável uma vez que agrupa neoplasias de comportamento diferentes e que, desta forma, requerem avaliação e condutas individualizadas. Isso explica porque alguns casos podem ser conduzidos de forma conservadora, com vigilância ativa, enquanto outros requerem tratamento agressivo inclusive com a associação dos tratamentos disponíveis como a cirurgia, radioterapia e o bloqueio hormonal.

O diagnóstico precoce permite, portanto, a conduta adequada para cada paciente, no momento oportuno, podendo chegar à cura da doença em mais de 90% dos casos. A avaliação inicial geralmente é feita através do exame de toque retal e da realização do exame de PSA (antígeno prostático específico). Quando um deles ou ambos estão alterados indica-se a biópsia de próstata guiada por ultrassonografia transretal permitindo a análise direta de pequenas amostras de tecido prostático podendo confirmar ou afastar a doença.

A ressonância magnética Multiparamétrica da próstata tem contribuído para a melhoria da indicação e da sensibilidade da biópsia. Inicialmente mais indicada para os casos de PSAs persistentemente elevados e com múltiplas biópsias negativas, ultimamente vem sendo cada vez mais indicada antes mesmo da primeira biópsia.

Uma vez confirmado o câncer de próstata fazemos o estadiamento para definirmos se a doença está ainda localizada, ou seja, somente na próstata, ou se estamos diante de uma doença avançada (invasão de estruturas ao redor ou com metástases à distância).

Tratamento cirúrgico do câncer de próstata:

O tratamento do câncer de próstata irá depender de algumas questões como o grau de agressividade da doença, do estadiamento, da idade, das comorbidades e da opção do paciente e do seu médico.